terça-feira, 17 de abril de 2012

Porque demorastes tanto?

Estou a lhe escrever aos prantos, quase não contendo a vontade de sair a tua procura. Lucas, deixastes muitas perguntas, gostaria de saber as respostas, acaba hoje a ultima chance de um nós, e está será minha ultima carta em vida. Quando estiver lendo, olhe para o céu, estarei a lhe observar como sempre fizera. Conhece essa citação? “As palavras são só palavras, e nunca ouvi dizer que em um coração magoado fosse possível se penetrar pelo ouvido.” — Khaled Hosseini, Conseguimos provar o contrario, não é mesmo? Com o nosso amor em palavras, o carinho entre poesias, nós conseguimos tocar até a lua e a sua corrida caligrafia me tocou. Não lhe contei, tinha a esperença de que realmente nos veriamos, mas o destino nunca foi meu amigo e me levou para longe dos teus mimos. Estivera esse tempo todo com os meus dias contados, minha hora finalmente chegou. Sim, digo sim a tua pergunto, eu sou sua, sempre irei pertencer ao meu unico mar, com o bate e volta intenso, ainda sinto o teu cheiro, feito um incenso na briza do ar.
Meu coração lhe abrigou e estou sentindo uma ponta de saudade, saudade de não viver mais isso, de não passar tardes olhando a janela na esperança de que tu chegasse e jogasse pedrinhas, estou arrependida de não ter lhe esperado perto da garrafa, quem sabe haveria uma troca de amores? Mas lhe garanto que parto com o coração limpo, parto com amor. Me promete? Promete nunca me esquecer? Promete que sempre lembrará que eu amei você? Estou transpirando amor, chorando amor e agora, estou morrendo amor. Não tenho a intenção de lhe atrapalhar, siga tua história, mas eu nunca lhe abandonarei, essa era a minha sina, ser a tua pequena distinta. Em noites de Lua cheia, sou eu lhe dando um presente, serei eu lhe enchendo de carinho, mas sempre que a mesma partir, é apenas mais um motivo para sentir saudade de uma curiosa. Estava sentindo o fim? Como sabia meu pequeno? Como sabia que algo estava errado? Como sabia que aquele seria um beijo de despedida? Que por ironia eu o senti, e apenas sorri deixando a briza bater em meu corpo e voar meus cabelos. Senti um formigamento maior ao ler estas palavras, estais ai? Venha me tirar desse pesadelo, não me deixe partir sem você, me pegue no colo, me encha de mimos, Lucas arranque esse medo do meu peito, promete segurar minha mão? As lágrimas insistem em cair, esse é meu ultimo mar de choros, minha ultima contribuição para a linda tristeza, sempre a tive como uma timida dama esperando seu cavalheiro enxugar suas lágrimas e lhe aninhar em seus braços, talvez tenha encontrado o meu, mas o futuro fez com que o perdesse no meio do caminho. Minha pele clama pela tua, meu olhar procura o seu, meu sorriso estava a sua procura. Deixo nessa carta, minhas ultimas promessas, e lhe prometo eterno carinho, agora serei o teu anjo da guarda. Eu amo você.
Meu pequeno princípe não perca a tua coroa, estarei sempre a te animar nos dias frios, e quando estiver só, dance com a lua, dance comigo. Mesmo agora que estou sem vida, meus olhos carregam dor, e morrerei só, só com o teu amor. Abri a porta e não te vi, Lucas, quando for dormir, me chama pra sonhar? Sou um livro de rabiscos e esse livro acabou, mas todas as folhas deste foram cheias de amor, um amor que aconteceu rapido, talvez por acaso...
Então boa noite a lua e boa noite á você, ja que és a unica coisa que penso.

Ultimas palavras,
De um amor verdadeiro

- Lucas - abro a porta e grito com toda a minha força - Eu amo você. - Com lágrimas em meus olhos, bato a mesma e escorrego até o chão.




P.S. “Dê-me a honra, rapaz, e segure minha mão quando pular do abismo.
Ensino-te
o ritmo
único
e íntimo
do bater de asas.
Dê-me a honra, menino, e ensino-te a voar.”
— Claudia Calado




|Erika Bastos

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