segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Eu não sei quem tu és.

Eu não sei quem tu és, mal sei que tu quer, nunca consigo te ler, quem  me dera te esquecer. Só te quero pra mim, até o amanhecer. Abusar do teu corpo é a minha vontade, saudade. Tua pele tem cheiro de cigarro. Naquela tarde fria, te senti tão na minha. Naquela manhã quente, já estava você lá, de repente, me dizendo que não eras nada, muito menos, presente. Por ti viro clichê, viro amor, viro romance. Por ti, viro até pão de leite. Te quero hoje,  amanhã e sempre. Esse clichê te preenche? Lhe escrevo tortamente e diferente, só pra lhe provar, que o meu amor está presente. Aqui, ali, talvez, até,  no consciente. Eu não sei quem tu és. Eu sou apenas mais uma na multidão que pensa em ter nas mãos. Não sou unica, não serei sua, não sou nem minha. Mas lhe quero, de noitinha, sussurrando "vem ser só minha". Lembro de ontem, quando eu cantei baixinho "Eu gosto de você e gosto de ficar com você". Você sorriu e se afastou, percebeu que nessa hora começou, e quem diria, que era amor? Lhe escrevo esse tal texto, lhe provando que não sei poemar, e muito menos deixar de te amar. Se um dia eu desistir de te cutucar, desvendar, promete não me odiar?  Mal sei que tu quer, só sei que me levou, me reescreveu, me transformou em nada daquilo que era, sua caneta me riscou, meu batom vermelho é o meu próprio sangue, a blusinha curta virou minha camisa de força. Ando de bar em bar, te procurando em cada poça. Não fumo, não bebo, não quero. Fumei, bebi, lhe quis. Não sou, não vou, não ouço. Fui, ouvi, lhe quis. Não sei quem tu és, mal sei que tu quer. Liguei o rádio e dirigi, escutei aquela musica, sorri. Vi o farol, escutei o barulho, pisei no freio, bati, vi você, sorri. A noite linda, continuava. Você em meus sonhos e então, nada mudava. Olhei pela janela com um pressentimento, sussurrei ao vento quero te conhecer, me diz agora, quem é você?

|Erika Bastos